O Rio São Francisco ou Velho Chico, está na sua pior seca dos últimos 100 (cem) anos. Ele nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, passa por 521 municípios e 5 estados: Pernambuco, Minas Gerais, Alagoas, Sergipe e Bahia.
A população que vive em suas margens sofre cada vez mais. Em algumas áreas do rio, chegam a aparecer ilhas e a profundidade chega a 70 cm. Em Petrolândia, existiam igrejas submersas, mas agora já estão reaparecendo.
Transposição do Velho Chico
Esse projeto prevê a melhora na qualidade de vida de muitas pessoas que vivem no Sertão do Nordeste, se constitui em dois eixos: Norte e Leste e futuramente Sul e Oeste.
Essa transposição abastecerá muitas cidades mas tem lados bons e ruins. Veja abaixo.
Essa transposição abastecerá muitas cidades mas tem lados bons e ruins. Veja abaixo.
- Relatório de impacto ambiental
Divulgado pelo Ministério da Integração Nacional, o projeto visa ao fornecimento de água para vários fins, sendo que a maioria seria dedicada à irrigação: 70% para irrigação, 26% para uso industrial e 4% para população difusa. Prevê-se que o sistema de transposição esteja em plena operação entre 15 e 20 anos do início das obras.
Uma das críticas que se faz ao projeto é a ausência de estudos sobre os impactos na bacia doadora e seus afluentes e nas bacias receptoras.
O RIMA relatou 44 impactos ambientais previstos devido à obra, entre os principais estão:
- Impactos positivos:
- Aumento da água disponível e diminuição da perda devido aos reservatórios.
- Abastecimento de até 12,4 milhões de pessoas das cidades, através de sistemas de abastecimento urbano já implantados, em implantação ou em planejamento pelas autoridades locais.
- Abastecimento rural com água de boa qualidade. O projeto prevê a construção de chafarizes públicos em 400 localidades urbanas do sertão inseridas na região do projeto que não possuem sistema de abastecimento adequado.
- Redução de problemas trazidos pela seca, como a escassez de alimentos, baixa produtividade no campo e desemprego rural. Estima-se que 340 mil pessoas seriam beneficiadas, sobretudo na Bacia do Piranhas-Açu (39%) e na bacia do Jaguaribe (29%).
- impactos negativos:
- Perda do emprego da população nas regiões desapropriadas e dos trabalhadores ao término das obras.
- Modificação nos ecossistemas dos rios da região receptora, alterando a população de plantas e animais aquáticos. A criação de ambientes aquáticos distintos dos existentes e a alteração dos volumes de água nos rios receptores promoverão uma seleção das espécies.
- Introdução de tensões e riscos sociais durante a fase de obra. No início das obras, prevê-se a perda de emprego e renda nas áreas rurais devido às desapropriações, a remoção da população das regiões onde passarão os canais e a imigração para as cidades em busca de emprego nas obras. Ao término da obra, a dispensa de trabalhadores pode ser foco de conflitos.
- A desapropriação das terras e o êxodo das regiões atingidas alterará o modo de vida e os laços comunitários de parentesco e compadrio, que são muito importantes para enfrentar as condições precárias de vida de muitas comunidades.
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